Bem-aventurados Os Pobres Em Espírito, Porque Deles é O Reino Dos Céus.
Humildade de espírito
A humildade é o ingrediente indefinível e oculto sem o qual o pão da vida amarga invariavelmente na boca.
Amealharás recursos amoedados a mancheias, entretanto, se te não dispões a usá-los, edificando o conforto e a alegria dos outros, na convicção de que todos os bens pertencem a Deus, em breve converter-te-ás em prisioneiro do ouro que amontoas-te, erguido, assim, à feição de teu próprio cárcere.
Receberás precioso mandato de autoridade entre as criaturas terrestres, no entanto, se não procuras a inspiração do Senhor para distribuir os talentos da justa fraternidade, como quem está convencido de que todo o poder é de Deus, transformar-te-ás, pouco a pouco, no empreiteiro inconsciente do crime, por favoreceres a própria ilusão, buscando o incenso a ti mesmo na prática da injustiça.
Erguerás teu nome no pedestal da cultura, contudo, se te não inclinas à sabedoria da Eternidade, acendendo a luz em benefício de todos, como quem não ignora que toda inteligência é de Deus, depressa te rojas ao chavascal da mentira, angariando em teu prejuízo a embriaguez da vaidade e a introdução à loucura.
Lembra-te de que a Bondade celeste colocou a humildade por base de todo o equilíbrio da natureza.
O sábio que honra a ciência ou o direito não prescinde da semente que lhe garante a bênção da mesa. O campo mais belo não dispensa o fio d'água que lhe fecunda o seio em dádivas de verdura.
E o próprio Sol, com toda a pompa de ,seu magnificente esplendor, embora fulcro de criação, converteria o mundo em pavoroso deserto, não fosse a chuva singela que lhe ambienta no solo a força divina.
Não desdenhes, pois, servir, aprendendo com o Mestre sublime, que realizou o seu apostolado de amor entre a manjedoura desconhecida e a cruz da flagelação, e serás contado entre aqueles para os quais ele mesmo pronunciou as inesquecíveis palavras:
"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque a eles mais facilmente se descerrarão as portas do Céu".
(Reformador, jun. 1959, p. 140) Nota da equipe organizadora: Texto publicado em: Intervalos. Ed. O Clarim. Cap. "Humildade de espírito"; Plantão da paz. Ed. GEEM. Cap. "Humildes de espírito", com pequenas alterações.
Pergunta 313 do livro O consolador
Pergunta: Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos "pobres de espírito"?
Resposta: O ensinamento do divino Mestre referia-se às almas simples e singelas, despidas do "espírito de ambição e de egoísmo", que costumam triunfar nas lutas do mundo.
Não costumais até hoje denominar os vitoriosos do século, nas questões puramente materiais, de "homens de espírito"? É por essa razão que, em se dirigindo à massa popular, aludia o Senhor aos corações despretensiosos e humildes, aptos a lhe seguirem os ensinamentos, sem determinadas preocupações rasteiras da existência material.
(O consolador. FEB Editora. Pergunta 313)
Sejamos ricos em Jesus
Quem julga pelas aparências, quase sempre esbarra na areia móvel das transformações repentinas a lhe solaparem o edifício das errôneas conclusões.
Existem criaturas altamente tituladas nas convenções do mundo, que trazem consigo uma fonte viva da humildade no coração,enquanto que há mendigos, de rosto desfigurado, que carreiam no íntimo a névoa espessa do orgulho a empanar-lhes o entendimento.
Há ricos que são maravilhosamente pobres de avareza e encontramos pobres lamentavelmente ricos de sovinice.
Somos defrontados, em toda a parte, por grandes almas que se fazem humildes, a serviço do Senhor, na pessoa do próximo, e freqüentemente, surpreendemos espíritos rasteiros envergando túnicas de vaidade e dominação.
Jesus, louvando os "pobres de espírito", não tecia encômios à ignorância, à incultura, à insipiência ou à nulidade, e sim exaltava os corações simples que descobrem na vida, em qualquer ângulo da existência, um tesouro de bênçãos, com o qual é possível o enriquecimento efetivo da alma para as alegrias da elevação.
"Pobres de espírito", na plataforma evangélica, significa tão somente "pobres de fatuidade, de pretensos destaques intelectuais, de supostos cabedais da inteligência." É necessário nos acautelemos contra a interpretação exagerada do texto, em suas expressões literais, para penetrarmos o verdadeiro sentido da lição.
A pobreza e a pequenez não existem na obra divina.
Constituem apenas posições transitórias criadas por nós mesmos, na jornada evolutiva em que aprenderemos, pouco a pouco, sob o patrocínio da luta e da experiência, que tudo é grande no universo de Deus.
Todos os seres, todas as tarefas e todas as coisas são peças preciosas na estruturação da vida.
Onde estiveres, faze-te espontâneo para recolher a luz da compreensão.
Alijemos os farrapos dourados da ilusão, que nos obscurecem a alma, estabelecendo a necessária receptividade no coração, e entenderemos que todos somos infinitamente ricos de oportunidades de trabalhar e servir, de aprender e aperfeiçoar, infatigavelmente.
O ouro será, muitas vezes, difícil provação e os cimos sociais na Terra, quase sempre, são amargos purgatórios para a alma sensível, tanto quanto a carência de recursos materiais é bendita escola de sofrimento, mas a simplicidade e o amor fraterno, brilhando, por dentro de nosso espírito, em qualquer situação no caminho da vida, são invariavelmente o nosso manancial de alegrias sem fim.
Dinheiro IDE- Cap. Sejamos Ricos em Jesus